Caso empada muda rotina da população de Garanhuns

   Durante os últimos dias a cidade de Garanhuns vivenciou momentos estarrecedores com o entitulado trio da loucura que acabou matando duas jovens no munícipio além de praticar atos de magia negra e confessar comer e comercializar empadas feitas com carne humana. O problema é que as mortes, o sofrimento da das famílias e outros aspectos mais importantes de serem investigados, deram lugar aos polêmico fato das empadas. A partir daí inúmeras pessoas que compraram os salgados começaram a passar mal e outras ficaram revoltadas a ponto de querer fazer justiça com as próprias mãos. 

Nesta terça feira foi divulgado um novo vídeo onde Izabel Silva, a vendedora de empadinhas, confessou que também fez amendoim com a carne das vítimas, a partir de então a maioria dos moradores informou que não comeria mais nenhum tipo de salgado por causa do caso. Nosso blog é político e puxamos esse assunto para saber até que ponto vai o poder de um discurso. Na área política sabemos que os candidatos fazem das tripas coração para convencer seu eleitorado em busca de voto e gastam muito dinheiro, já um caso como este acaba com a reputação de comerciantes rapidamente.

A mídia nacional está explorando o que pode e o que não pode com esse caso, o problema é que em meio as informações, vários boatos surgem e as consequências podem ser das piores. A população deixou de comer coxinhas, pastéis e todos os outros salgados mesmo sabendo que a acusada usou apenas empadas.

O discurso utilizado por todos é que os distribuidores de Garanhuns utilizam carne humana para vender esse material e as vendas caíram cerca de 80% na cidade refletindo em outros locais e até estados vizinhos. Mas o problema é que nada foi confirmado, até mesmo nas empadas, Izabel não falou em outro tipo de salgado e até então não houve comprovação científica sobre o uso de carne humana.  E se a acusada fizer um novo depoimento admitindo ter feito o mesmo em cachorro quente ? Pizza ?  Como foi citado na revista Anagrama, através de conceitos do saber, poder e discurso ideológicos: Edição 3 - ano 4 -  pag. 04, onde todo critério de verdade agora vai ser entendido dentro do próprio discurso e não mais em fatores externos a ele, ou seja, nada de concreto vem prevalescendo e sim o poder de discurso que a sociedade se deixa levar com todos os comentários extra oficiais que são criados. O poder da fala e mídia é tão grande que tudo que for divulgado vai refletir nas costumes do povo, mesmo que seja feito por uma pessoa insana e sem ter nada concreto com relação a tal afirmação. O certo é que comerciantes inocentes estão sendo injustiçados com a mudança de comportamento a partir de falas aleatórias parecendo campanha eleitoral onde o povo recebe todas as melhores propostas do mundo e sofrem também de forma injustam logo que termina o pleito eleitoral.

Fonte: Revista Anagrama

Os conceitos do saber, poder e discurso ideológicos analisados segundo a teoria de Michel Foucault. FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso.São Paulo: Loyolla,2004. 

Eduardo Peixoto